Empreendedorismo e Economia em Taquaralto: um percurso de muito otimismo perseverança

Conheça o perfil de algumas personalidades e locais responsáveis pelo fluxo econômico do bairro

Joana D’Arc, Arca e Jean Carlos são alguns dos representantes da economia local - Foto: Thalyta oliveira/ Arquivo pessoal

Nos primeiros anos de Taquaralto, os moradores tinham acesso restrito às áreas comerciais do centro da Capital. Diante desta demanda, já na década de 1990 começaram a surgir pequenos negócios que prestavam serviços essenciais à crescente população local. Conveniência que ia de pequenas lojas e bares a restaurantes e locais de hospedagem, ou até mesmo trabalhadores independentes que desempenham um papel importante na satisfação das necessidades da sociedade. É tanto que, até 2023, uma das maiores práticas comerciais de Taquaralto é a venda de objetos importados e lojas na área destinada para o comércio ambulante local.

Crescimento diversificado

Ao longo dos anos, economicamente falando, Taquaralto continua a crescer. Empresas de diversos segmentos, tal como alimentação, vestuário, sorveterias, lojas de departamentos eletro e eletrônicos, hotelarias, revenda de importados, utilidades domésticas e tantas outras resultam anualmente no aumento do desenvolvimento econômico e na geração de empregos, tornando assim, a região como um local atraente para investidores, empreendedores e microempreendedores.

Empreendedorismo em Taquaralto

Desde os anos iniciais do bairro, o empreendedorismo desempenhou um papel fundamental na cronologia financeira e no progresso de Taquaralto. A firmeza, criatividade e disposição dos empresários locais impulsionaram não apenas a economia do bairro, mas como contribuíram diretamente para a edificação de uma comunidade próspera e confiante.

Dessa forma, conheça abaixo alguns responsáveis por fomentar a economia da Região:

Joana D’Arc , a “Joana do Hotel Rios”

Joana D’Arc Pereira Santos, é natural de Santa Terezinha de Goiás - GO, e, em janeiro de 1994, com intuito de fazer um experimento para talvez morar em Palmas, ela veio para o Estado do Tocantins. Com isso, ao chegar na Capital tocantinense, foi direto para Taquaralto. À princípio, Joana tinha a intenção de ficar somente 15 (quinze) dias na cidade, mas, essa estadia prolongou-se por um pouco mais de tempo. E passado alguns anos, casou-se com o dentista José Rios de Sousa, e no ano de 1997, inaugurou a “Pousada Rios” (hoje chama-se Hotel Rios), um dos pioneiros do ramo hoteleiro da Região Sul de Palmas.

“Apesar das dificuldades, dos mosquitos, das muriçocas e da lama, quando cheguei nessa Avenida Tocantins, eu já me apaixonei de cara. Eu já não queria mais voltar para a minha cidade… Por isso, resolvi ficar por aqui mesmo”, relata Joana D’Arc.

Placa anunciando a “Pousada Rios”, localizada em Taquaralto. O outdoor é do ano de 1997, mesma época do início das atividades da pousada - Foto: Joana D’Arc / Arquivo pessoal.

“A nossa região sul continua em crescimento e conquistando clientes em todos os segmentos”. (Joana D’Arc)

Imagem retirada de um álbum fotográfico que a empresária fez para as fotos de colação de grau da filha - Foto: Joana D’Arc / Arquivo pessoal.

Joana frisa que, devido à região ser um ponto de passagem entre a capital caçula do Brasil, Palmas, e demais cidades do Estado, ela e seu esposo viram que não havia muitas opções de hospedagem pela localidade, na época, e apostaram na oportunidade de crescerem juntos no ramo de hotelaria na região sul da capital. “Os primeiros anos não foram fáceis, tivemos muitos altos e baixos. Por falta de experiência talvez tivemos muitos clientes reconheço, mas por serem uma cidade em pleno início de crescimento os obstáculos eram constantes. E, também, na época, a falta de água e energia eram constantes”, destaca.

Ao decorrer dos anos e a vontade de seguir em frente, todos os obstáculos citados acima foram superados, e tudo foi-se transformando em pleno vapor. Assim como o número de clientes aumentou, muitos outros hotéis surgiram na região e foram consolidados gradativamente.

A empresária conta que, após a morte de seu esposo, João Rios, ocorrida no ano de 2007, e com uma filha pequena para criar, ela decidiu cursar ensino superior e hoje é bacharel em Direito. “Em 2017, minha filha Thalia Rios também iniciou o curso de Direito. Com isso, ficou um pouco difícil eu conciliar o hotel, a maternidade, a minha profissão e a graduação da minha filha. Desde então, decidimos alugar a estrutura do hotel para terceiros”, ressalta Joana.

Área Reservada ao Comércio Ambulante de Taquaralto, a famosa Arca

Entrada Área Reservada ao Comércio Ambulante de Taquaralto (Arca) - Foto: Thalyta oliveira/ Arquivo pessoal

Inaugurado ainda no começo dos anos 2000, o Centro Comercial Popular de Taquaralto - Área Reservada ao Comércio Ambulante (Arca), popularmente conhecido como Arca, o local tornou-se um verdadeiro ponto de referência no quesito de compras de objetos importados.

Entrada da área coberta dos lojistas da Arca- Foto: Thalyta Oliveira/ Arquivo pessoal

Instalada na mesma área da estação de ônibus do bairro, estação Javaé, e alojando 56 microempreendedores, a Arca de Taquaralto é o maior polo de comércio ambulante do local. Os mercadores presentes alí, além da revenda de produtos estrangeiros, complementam suas rendas comercializando mochilas, relógios, óculos, guarda-chuvas, roupas, jornais, assim como, sorvetes, comidas na forma de lanches rápidos e marmitas vendidas a valores populares.

ESTAÇÃO JAVAÉ

A estação Javaé, além de possui um amplo espaço para o fluxo de passageiros, dispõe também de um local reservado para os ambulantes.

A área é bastante procurado não somente para o uso do transporte coletIvo, como também, a aquisição de produto importados à preço de custo.

Clique no mapa abixo e conheça a estação de ônibus / arca:

Mestre Jean e a representação dos lojistas da Arca

Um dos comerciantes mais atuantes da área reservada aos ambulantes da Região Sul da Capital é o Jean Charles Jurick Lima. Mestre e Professor de Karatê em um projeto popular custeado pela Prefeitura Municipal de Palmas, Jean é microempreendedor na área de reparos em celulares e desde outubro de 2019, está à frente da Associação da Praça de Alimentação da Arca de Taquaralto (Apac).

Jean em uma de suas lojas. Esta fica localizada na Arca - Foto: Thalyta Oliveira / Arquivo pessoal

O mercador relata que sempre gostou de atuar no ensino das artes marciais, mas com o passar dos tempos, despertou o interesse pelo setor de manutenção de dispositivos móveis, e com isso, tornou-se microempreendedor no ramo. Com isso, ainda nos meses iniciais de 2019 ele começou a atuar em um ponto comercial emprestado de um amigo.

Hoje em dia, ele é proprietário de duas lojas, sendo uma na Arca mesmo e a outra instalada na Avenida Tocantins, principal avenida de Taquaralto. Fora os consertos de dispositivos móveis, o comerciante vende adereços para smartphones, objetos como fones de ouvido, carregadores e capinhas para celulares.

Jean Carlos ressalta que se sente muito realizado em poder trabalhar como microempreendedor ambulante e, também, em fazer parte do ciclo econômico da região. “Já comprei minha casa, meu carro e uma chácara”, frisa o presidente da Apac.

Veja abaixo um breve relato do representante dos lojistas ambulantes de Taquaralto:

Divulgação: Thalyta Oliveira/ Arquivo pessoal

E como tudo que está bom pode melhorar, atualmente, os lojistas que não estão na área coberta da Arca (contexto histórico: o local reservado aos do ambulantes foi entregue aos comerciantes com um 30 box - todos eles com o tamanho padrão de 2.5x3 mt- em área coberta (a área tem um total de 1.050 m²). Mas com o constante avanço e abertura de MEI’s, mais lojistas foram chegando na Arca, e como não havia mais lojas disponíveis na área coberta, os novos lojistas começaram a instalar-se na região descoberta reservada aos comerciantes) foram remanejados para uma paralela à estação Javaé.

Essa realocação das barracas faz parte de um projeto de melhorias no espaço comercial que está sendo realizado entre a Associação da Praça de Alimentação da Arca de Taquaralto (Apac) com parceria da Prefeitura , por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Emprego. A proposta apresentada pela Aspac é a de trazer mais conforto e melhorias não somente para os clientes, mas também para os varejistas dalí.

O presidente da Associação têm esperanças por essas melhorias, mas teme que ele e os colegas que foram transferidos de local sejam afetados diretamente, e a economia não volte a circular como antes. “Sempre me recordo do que aconteceu aos ambulantes lá do Rodoshopping, quando, em 2001, o novo Terminal Rodoviário de Palmas foi inaugurado e o antigos, e o local onde fica o outro terminal e o Rodoshopping foram meio que esquecidos, e a questão economia de lá, desde 2001, vem declinando”, salienta Jean Carlos.

Local onde estavam localizadas os estabelecimentos que foram transferidos de lugar - Foto: Thalyta Oliveira / Arquivo pessoal